segunda-feira, 6 de junho de 2011

Segunda Geração da Poesia Romântica Brasileira

                 Poesia Romântica Brasileira- Segunda Geração
                                        (Literatura Brasileira)


          A segunda geração romântica dos poetas brasileiros é cometida pela mesma  crise existente da geração ultra-romântica portuguesa. Um emocionalismo excessivo e derramado, o tédio, a melancolia, o desespero são as marcas  da poesia dos meados do século. A inadaptabilidade  à vida e à sociedade conduz a todas as formas de escapismo , às fantasias, ao sonho e ao culto da morte. . A atitude mórbida do Ultra-Romantismo nos permite falar, também no brasil, em um "mal do século".


             Década de 8140 e 1850
                 Ultra-Romantismo- Escapismo e Pessimismo

  • Mal do século
  • Excessos do subjetivismo e do Emocionalismo  Romântico
  • Irracionalismo 
    Principais autores: 

  • Junqueria Freire




         É o autor mais angustiado  do ultra-romantismo. Aos dezoito anos, na tentativa de solucionar uma crise moral, tornou-se monge beneditino, mas, inadaptável à vida religiosa, abandonou convento em 1854. Morreu do coração aos vinte e três anos. Sua obra poética, composta de dois livros, reflete as condições e atribuições de sua vida: Inspirações do Claustro e Contradições poéticas.


Inspirações do claustro (trechos)
"Aqui – já era noite... eu reclinei-me
Nas moles formas do virgíneo seio:
Aqui – sobre ela eu meditei amores
Em doce devaneio.

Aqui – inda era noite... eu tive uns sonhos
De monstruosa, de infernal luxúria:
Aqui – prostrei-me a lhe beijar os rastros
Em amorosa fúria...

Aqui – era manhã... via-a sentada
Sobre o sofá – voluptuosa um pouco:
Aqui – prostrei-me a lhe beijar os rastros
Alucinado e louco.
...
Aqui – oh quantas vezes! ... eu a tive
Unida a mim – a derreter-se em ais:
Aqui – ela ensinou-me a ter mais vida,
Sentir melhor e mais.

Aqui – oh quantas vezes!... eu a tive
Em acessos de amor desfalecida!
Lasciva e nua – a me exigir mais gostos 


Por sobre mim caída!"
  • Casimiro de Abreu

          É um dos tantos poetas vitimados pela vida boêmia e pela tuberculose no século XIX. Produziu a poesia mais ingênua- às vezes quase infantil- do ultra-romantismo; seus remas mais frequentes são a saudade, a infância, a familia, o amor platônico- e o medo do amor. Sempre muito sentimental, é dominado pelo pessimismo nos dois últimos anos de sua vida. Sua obra lírica está reunida no volume As Primaveras, puplicadas em 8159.         



AS PRIMAVERAS 
Falo a ti - doce virgem dos meus sonhos,  
Visão dourada dum cismar tão puro,  
Que sorrias por noite de vigília  
Entre as rosas gentis do meu futuro.  
Tu m’inspiraste, oh musa do silêncio,  
Mimosa flor de lânguida saudade!  
Por ti correu meu estro ardente e louco  
Nos verdores febris da mocidade.  
Tu vinhas pelas horas das tristezas  
Sobre o meu ombro debruçar-te a medo.  
A dizer-me baixinho mil cantigas,  
Como vozes sutis dalgum segredo !  
Por ti eu me embarquei, cantando e rindo,  
- Marinheiro de amor - no batel curvo,  
Rasgando afouto em hinos d’esperança  
As ondas verde-azuis dum mar que é turvo.  
Por ti corri sedento atrás da glória;  
Por ti queimei-me cedo em seus fulgores;  
Queria de harmonia encher-te a vida,  
Palmas na fronte - no regaço flores !  
Tu, que foste a vestal dos sonhos d’ouro,  
O anjo-tutelar dos meus anelos,  
Estende sobre mim as asas brancas...  
Desenrola os anéis dos teus cabelos !  
Muito gelo, meu Deus, crestou-me as galas !  
Muito vento do sul varreu-me as flores !  
Ai de mim - se o relento de teus risos  
Não molhasse o jardim dos meus amores !  
Não te esqueças de mim ! Eu tenho o peito  De santas ilusões, de crenças cheio !  
- Guarda os cantos do louco sertanejo  
No leito virginal que tens no seio !  
Podes ler o meu livro: - adoro a infância,  
Deixo a esmola na enxerga do mendigo,  
Creio em Deus, amo a pátria, e em noites lindas  
Minh’alma - aberta em flor - sonha contigo.  
Se entre as rosas das minhas - Primaveras -  
Houver rosas gentis, de espinhos nuas;  
Se o futuro atirar-me algumas palmas,  
As palmas do cantor - são todas tuas !  
Agosto 20 - 1859.
  • Álvares de Azevedo 



         Álvares de Azevedo produziu a literatura mais consistente do ultra-romantismo, embora tenha tido, como seus colegas de geração,  uma vida muito curta(foi vitimado pela tuberculose e por  um tumor na fossa ilíaca, causado por uma queda de cavalo). Toda sua obra escrita entre 1848 e 1852, período em que estudou na Faculdade de Direito de São Paulo, foi publicada postumamente e deu mostras de evolução artística do poeta.
        Sua criação poética foi reunida nos livros: Lira dos Vinte anosPoema do Frade ; Conde Lopo;  Livro de Era Gonticário. Os Contos, em  Noite na Tavena. escreveu também uma peça de teatro, Macário.
                                          Lira dos Vinte Anos  (trechos)
Lembrança de Morrer 
(...) Como o desterro de minh’alma errante, 
Onde fogo insensato a consumia: 
Só levo uma saudade – é desses tempos 
Que amorosa ilusão embelecia. 
Só levo uma saudade – é dessas sombras 
Que eu sentia velar nas noites minhas ... 
De ti, ó minha mãe, pobre coitada 
Que por minha tristeza te definhas! 
De meu pai... de meus únicos amigos, 
Poucos – bem poucos – e que não zombavam 
Quando, em noites de febre endoudecido, 
Minhas pálidas crenças duvidavam. 
Se uma lágrima as pálpebras me inunda, 
Se um suspiro nos seios treme ainda, 
É pela virgem que sonhei... que nunca 
Aos lábios me encostou a face linda! 
Só tu à mocidade sonhadora 
Do pálido poeta deste flores... 
Se viveu, foi por ti! e de esperança 
De na vida gozar de teus amores. (...)
 



                                         Ultra-Romantismo- 2ª Geração

                                                            
 
 


Grupo 2:    Mirelli G. Nunes, nº 26
                   Mariana M. de Oliveira, nº 20
                   Thayza de Jesus Gomes, nº 33
                   Jéssica A. do Nascimento, nº 13
                    Fabíola da C. E. Diniz, nº 06



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